A causa animal – em particular a ajuda aos animais de rua – foi escolhida por nós no projeto Nova Terra de Aveiro, como uma das principais áreas de apoio em que investimos o nosso tempo e dedicação, dentro daquilo que nos é possível fazer de forma voluntariosa. Assim, não podíamos de deixar de falar da nossa ligação profunda aos patudinhos, em particular aos gatos, que têm sido os nossos companheiros no processi de aprendizagem e crescimento da ligação espiritual com o mundo dos animais.
Os nossos primeiros gatinhos de estimação
Somos cuidadores de gatinhos desde 2007, quando adotámos uma pequenita a quem chamámos de Inca.
Foi o começo de uma ligação que não pensávamos ser possível.
Tem sido impressionante perceber a alma e o amor que estes animais têm, assim como as suas características únicas e claramente distinguíveis. Isto só é possível de ver em espécies com maior nível de consciência e de sensibilidade. E apesar de eles não terem a nossa consciência, já têm tanta sensibilidade!
Olhar e cuidar destes animais, como se fossem filhos, é uma viagem emocional e de aprendizagem. Talvez seja algo parecido com o que os nossos mentores mais evoluídos e anjos da guarda vêem e experienciam quando olham por nós. 🙂
Desde então tivemos a honra de sermos escolhidos por mais gatinhos para nos acompanharem nesta jornada que é a vida!
Viveram connosco a Luna e a Pintas, gatinhas de rua que “perseguiram” a Maria João, perto do nosso antigo apartamento nas Barrocas em Aveiro.
Já o Ty, apareceu-nos literalmente à porta da nova casa, ainda com poucas semanas, enfiado no motor do carro!
Já todos partiram para novas aventuras no além e, quem sabe, novamente aqui na Terra! Para trás deixaram tantos momentos bons!
Os atuais gatinhos da Casa
Atualmente somos os felizardos tutores da Romã e da Mimi.
Duas gatas adoráveis, com personalidades muito próprias e distintas (quem conhece bem os gatos sabe que eles são todos muito especiais e bastante peculiares na sua forma de estar e de conviver).
Uma pequena história da Romã
A nossa Romã é uma gatinha já com alguma idade (cerca de 10 anos), que nos adotou em 2023. Começou a aparecer à nossa porta, atraída pela comidinha húmida que a nossa Pintas não terminava de comer, por já ter algumas dificuldades na digestão e que nós colocámos no exterior.
Aos poucos, a Romã foi ganhando confiança em nós e atrevendo-se a entrar dentro da nossa casa. Mas a nossa gatinha Pintas, na altura, não queria cá mais ninguém! Sempre que via a Romã, miava-lhe para se ir embora.
Entretanto, a nossa velhinha Pintas adoeceu e preparou-nos para a sua partida. Percebemos que o seu fim estava próximo e apesar da sua fonte de energia vital estar a desligar-se, a sua postura foi de imensa serenidade, sem se queixar, como que a dizer que estava tudo bem, para nós não sofrermos que ela iria ficar bem no sítio para onde ia.
Mas o mais incrível foi que, no dia antes da sua desencarnação, a Romã entrou em nossa casa, foi até à nossa cozinha onde estava a Pintas e, pela primeira vez, a Pintas não a espantou, pelo contrário! Aproximaram-se, cheiraram-se e ficaram uns segundos a trocar energias e algum tipo de comunicação, que não conseguimos entender, mas que foi possível sentir. Logo a seguir, a Romã voltou a sair de casa, mas ao anoitecer apareceu outra vez e – espantosamente – pela primeira vez entrou para a parte mais distante da casa, dirigiu-se para um dos quartos e lá ficou a dormir! E nunca mais nos abandonou!
No dia seguinte, a nossa Pintas partiu. Em casa, já lá estava a Romã, autorizada a ficar pela Pintas! Como é possível?!
Desde então, temos visto como as personalidades da Pintas e da Romã são parecidas. Ambas gostam de estar no canto delas, sem muitas brincadeiras nem interações com outros gatos. Preferem estar perto de nós e claro, adoram a comidinha húmida. Nós acreditamos mesmo que houve uma “conspiração” do divino para que a Romã viesse preencher o lugar que a nossa Pintas deixou, pois foi isso mesmo que aconteceu. A Romã tem uma interação muito igual à da Pintas connosco, ao ponto de, por vezes, nos enganarmos no nome e a chamarmos de Pintas.
Provavelmente os mentores das gatinhas combinaram tudo. 🙂 Se assim foi, muito obrigado!
A deliciosa Mimi
A nossa Mimi surgiu nas nossas vidas em Agosto de 2023.
O nosso Ty tinha partido recentemente e ainda estávamos a fazer o luto, quando nos chegou a partilha de uma gatinha assustada e esfomeada, numa zona de obras em Aveiro. Guiados pelo Alto, seguimos o instinto de a ir ver e, esta menina, que não tinha mais que 3 semanas, não tinha a sua mãe por perto para tomar conta dela. Decidimos então adotá-la e ser os melhores pais do mundo para ela.
Em troca, a Mimi tem-nos presenteado com imensa doçura e um amor inquestionável, como nunca vimos antes.
Desconfiamos que ela possa ser a alma-espírito da nossa Inca e Ty, agora numa nova vida e um pouquinho mais evoluída e ainda mais mega fofa. 🙂
Amorosa e Sininho – Os novos inquilinos
Em 2024, tivemos a surpresa de nos tornarmos família de acolhimento de dois patuditos. A nossa tia Cila precisou estar uns tempos connosco e trouxe os seus dois amores consigo: a Amorosa, uma gatinha bem velhinha e sempre pronta a trincar qualquer coisita; e o Sininho, um rapagão de meia-idade, simpático, bonito e bem constituído.
Adoram o ar do campo que se respira por aqui e têm sido felizes e muito bem tratados, enquanto a dona se recupera!
Nesta nova experiência da vida deles, vemo-los a aprender a interagir com novas pessoas e ambientes, e outros animais, tornando-os mais sociáveis e capacitados para lidar com as suas próprias necessidades e desejos.
Tantas experiências, tanto amor
Cuidar de animais de estimação tem os seus desafios, especialmente no que toca à manutenção da alimentação, higiene e saúde, exigindo dos tutores uma dose extra de perseverança e esforço para tratar de tudo o que é necessário para o seu bem-estar. Mas os animais de estimação, se lhes for dada oportunidade, tornam-se família, por vezes mais próxima e mais presente que a família humana e isso não tem preço! Quem já desenvolveu esta relação com os animais, sabe do que falamos!
Assim, inseridos numa família com estabilidade, os animais de estimação proporcionam imensos momentos de alegria e brincadeira, são uma companhia constante e uns autênticos bonecos de peluche que nos deixam fazer festas dando-nos a possibilidade de nos conectarmos emocional e fisicamente, trocando amor, sem condições, que tanta falta nos faz.
Além disso ainda aprendemos e evoluímos com eles, nesta nossa caminhada de redenção espiritual!
Um bem-haja, muitos miaus e muitos aus-aus!