“Sem meditação permanecemos na superfície do nosso ser e não podemos contactar com as reais profundezas da verdade e beleza ocultas no íntimo de todos nós.
Enquanto o mundo moderno se orgulha da educação, ainda é deficiente em nos treinar a utilizar a mente apropriadamente. Falta-lhe uma ciência de consciência para complementar as suas ciências materiais. Resulta daí que, hoje em dia, muitas pessoas sofrem psicologicamente sem necessidade, mesmo as que possam ser abastadas ou bem-educadas. São vítimas dos seus impulsos mentais e emocionais que não sabem como enfrentar e são dominadas pelos seus pensamentos. São presas de sugestões, influência e propaganda, e não sabem quem são na realidade ou qual é o seu verdadeiro objetivo na vida.
A única solução para essa inquietação e confusão íntimas reside na meditação. Esta é a chave de toda a felicidade duradoura, porque deve residir dentro de nós.
Se provém de algo exterior, acabamos por perdê-la, por muito que tentemos conservá-la. Nunca é realmente nossa.
No entanto, o prazer da meditação não aparece com facilidade. É a longa recompensa, mas raramente a experiência inicial da meditação. Primeiro devemos abrir caminho através do marasmo e distração da mente para chegar à sua felicidade mais profunda. Temos de acalmar as ondas superficiais da consciência por detrás da mente para atingir as correntes profundas da consciência por detrás e para além dos sentidos. Ora isto requer tempo, paciência e profundidade da mente e do caráter. Se nos falta essa determinação, a meditação não tarda a tornar-se seca e sem significado.
As técnicas de meditação são certamente úteis, mas limitam-se a preparar a mente para a meditação autêntica. A visualização de belas cenas da natureza ou de deuses e deusas estabelece o nosso campo de impressões. O pranaiama fornece-nos energia adicional para orientar a mente no interior. Mantras ajudam-nos a enfrentar padrões de pensamento negativos e harmonizar a mente com uma frequência vibratória mais elevada. Mas a meditação na sua essência repousa simplesmente na nossa verdadeira natureza e ignora todas as outras distrações.”
Excerto da introdução por David Frawley do livro “Nove Segredos da Meditação”, autoria de Samprasad Vinod (foto abaixo)