À descoberta de Saint Germain

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Introdução

Se chegou a este artigo, curioso por saber mais sobre a figura de nome Saint-Germain, saiba que o mistério permanece.

De alguma forma, ele simboliza algo para si. Sabe o que é? Se não sabe ainda, pense um pouco antes de ler. 

Se já sabe o que ele representa, e se é algo positivo para si, sugiro que mantenha essa visão e simbolismo e aproveite os benefícios energéticos que isso lhe dá.

Porque na realidade, ninguém parece saber ao certo quem foi Saint​ Germain, quando e como ele viveu, nasceu ou morreu ao longo das suas várias reencarnações.

Saint Germain é considerado uma das personalidades mais misteriosas do planeta, devido aos espantosos relatos e descrições de quem contactou ao vivo com ele, como pela surpreendente falta de informações históricas de fontes credíveis, tendo em conta uma personalidade tão pública e admirável, passando ainda pelas informações aparentemente contraditórias.

Assim, não encontrará aqui a verdade sobre Saint​ Germain, quem é ou quem foi este Ser, mas apenas alguma informação adicional que pode dar-lhe um visão mais profunda e real.

Saint Germain, o Conde

Há diversos relatos publicados em vários países da Europa Central, de convívios com o Conde Saint Germain, entre 1723 e 1784, como uma figura que se movia entre as classes altas e por vezes mesmo nas elites próximas aos reis da época. Nas descrições sobre Saint Germain, fala-se de uma personagem com educação e posses financeiras, excêntrica mas carismática, com uma cultura geral extraordinária e uma capacidade arrebatadora de conduzir conversas e convívios, deixando habitualmente os seus ouvintes atónitos pelo alto nível de detalhe com que contava as suas histórias envolventes e por vezes exóticas.

Além do seu carisma e faculdades fora do comum, ganhou ainda fama pelos seus conhecimentos de alquimia. Há quem diga que era detentor da receita de um Elixir da Juventude, que conseguia transformar metais comuns em ouro ou pedras preciosas. 

Houve quem tentasse perceber de onde lhe chegava o dinheiro e as jóias que chegava a distribuir de forma quase banal em certos convívios. Durante uma temporada, terá havido quem tivesse montado vigilância em torno da sua residência para perceberem como recebia ele as encomendas de dinheiro e ouro do exterior, mas nunca conseguiram rastrear a chegada de remessas externas e por isso nunca ninguém conseguiu perceber de onde lhe vinham as posses. Também nunca ninguém soube nada sobre a sua família, pois habitualmente, o Conde focava as suas conversas em temas culturais, políticos ou filosóficos e por isso, pouco ou nada se sabe sobre o seu nascimento e primeiros anos de vida.

Saint Germain, o Mito

Para além de todos estes dons fora do comum, o surgimento de histórias, hipóteses e especulações sobre as eventuais vidas passadas do conde, assim como a existência de relatos históricos que indicam a sua aparição, alguns anos após a sua suposta morte oficial, e as suas ligações a momentos marcantes da História e de organizações ocultas, tornaram o conde num homem mítico e esotérico e que chamou a atenção de muitas pessoas, tendo sido publicadas no século seguinte à sua transição, algumas biografias sobre Saint Germain.

Uma das mais importantes espiritualistas metafísicas da época – a teosofista Helena Blavatsky – dedicou algumas palavras sobre Saint Germain e as suas extraordinárias capacidades, assim como a sua surpresa de ver alguém tão importante e tão dotado de conhecimento, não ser estudado mais a fundo e a sua real história de vida ficar perdida entre relatos contraditórios e pesquisas pouco sustentadas.

Escreveu Blavatsky:

“O tratamento que este grande homem, este aluno de sacerdotes indianos e egípcios, este conhecedor da sabedoria secreta do Oriente, recebeu dos escritores ocidentais é um estigma para a natureza humana.” 

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“São muitas as suas “biografias”, e cada uma é mais louca do que a outra. Por alguns é considerado a encarnação de um deus, por outros como um judeu alsaciano esperto. Uma coisa é certa, o Conde de St. Germain – seja qual for o seu verdadeiro nome e apelido – tinha direito ao seu nome e título, pois tinha comprado uma propriedade chamada San Germano, no tirol italiano, e pagou o título ao Papa. Era invulgarmente bonito e a sua enorme erudição e capacidades linguísticas são inegáveis, pois falava inglês, italiano, francês, espanhol, português, alemão, russo, sueco, dinamarquês e muitas línguas eslavas e orientais, com a mesma facilidade de um nativo.
Ele era extremamente rico, nunca recebeu ajuda financeira de ninguém – de facto, nunca aceitou um copo de água ou partiu o pão com alguém. Fazia e oferecia presentes extravagantes de jóias soberbas a todos os seus amigos, mesmo às famílias reais da Europa.
A sua proficiência musical era maravilhosa, tocava em todos os instrumentos, sendo o violino o seu preferido.”

Ele nunca reivindicou poderes espirituais, mas provou ter direito a isso. Costumava entrar em transe profundo 37 a 49 horas sem despertar, e depois sabia tudo o que tinha de saber, e demonstrava esse facto profetizando o futuro e nunca se enganando.
Muitas foram as testemunhas ainda vivas no primeiro primeiro quarto deste século, que atestam a sua memória maravilhosa. Podia ler um jornal de manhã e repetir o seu conteúdo sem perder uma palavra dias depois. Podia escrever com as duas mãos ao mesmo tempo, a mão direita uma poesia, a esquerda um documento diplomático da maior importância.
Lia cartas seladas sem tocar nelas, quando ainda estavam nas mãos de quem lhas trazia.
Ele era o maior Adepto da transmutação de metais, fazendo ouro e os mais maravilhosos diamantes, arte que, segundo ele, tinha aprendido de alguns brâmanes da Índia, que lhe ensinaram a cristalização artificial do carbono puro.
O Conde St. Germain foi certamente o maior Adepto oriental que a Europa viu durante os últimos séculos. Mas a Europa não o conheceu.”

Trechos selecionados e traduzidos do livro «Theosophical Glossary»

Saint Germain, o Mestre Ascensionado

Terá sido fruto desta admiração de Blavatsky e de outros teosofistas que Saint Germain ganhou reputação no seio da Sociedade Teosófica e dos seus membros. 

Tornou-se uma lenda de homem fantástico, de enorme sabedoria e poderes metafísicos, e que provavelmente voltaria a ser visto num futuro próximo (numa nova encarnação).

E assim terá acontecido (apesar de no meio teosofista, as revelações seguintes serem consideradas devaneios fraudulentos, e haver acusações de plágio).

É bastante conhecida a história de que, em 1930, Saint Germain surgiu a Guy Ballard (um antigo estudioso de Teosofia) que andava a passear no Monte Shasta, na Califórnia e teve a bênção de ser conduzido por Saint Germain numa experiência multidimensional onde lhe foram mostradas muitas maravilhas e conhecimentos ocultos. 

Quatro anos depois desse evento, Guy Ballard publicou o livro «Unveiled Mysteries» sob o nome Godfré Ray King, o primeiro de uma série onde são descritos e apresentados vários Mestres Ascencionados. Estes mestres, ao contrário dos Seres Superiores mas encarnados descritos por Blavatsky, são seres de outra dimensão que comunicam através de canalizações ou telepatia.

E tiveram oportunidade de divulgar muito conhecimento espiritual de grande importância, com destaque para o conceito “Eu Sou” que, em termos básicos, explica a existência e o processo de desenvolvimento do Eu Divino dentro de cada um de nós – seres humanos. 

Este conceito deu origem a um movimento espiritual de grande dimensão que derivou em diversas organizações e religiões ao longo das décadas seguintes, graças à capacidade de alguns humanos de canalizarem as comunicações dos vários Mestres Ascencionados, incluindo Saint Germain e que ainda hoje continua a ser uma referência espiritualista em crescimento pelo mundo, e particularmente no Brasil e em Portugal.

Depois deste ressurgimento no Monte Shasta, foram vários os canalizadores (ou pretendentes a tal), que têm divulgado conhecimentos espirituais profundos, muitos com a assinatura de Saint Germain, nomeadamente, “A Ponte para a Liberdade”, a “Lucis Trust” e a “Summit Lighthouse”.

O meu ponto de vista

Na minha opinião, Saint Germain é claramente um Ser de Luz, um canal de sabedoria ancestral que viveu entre nós e se mantém ligado ao Planeta Terra e que, tal como outros, muita ajuda tem dado aos Seres Humanos na nossa caminhada para a Iluminação e Ascenção.

Quando penso em Saint Germain, sinto-o como um irmão (muito) avançado que tem amor por nós e procura ajudar-nos, dentro da nossa capacidade e merecimento. É uma figura positiva e uma boa referência enquanto mensageiro e inspirador.

Mas longe de mim idolatrá-lo.

Ou aceitar – sem uma boa dose de crítica e cepticismo – todas as informações que surgem, dizendo que são transmitidas por este mestre, quando possivelmente não são. Assim, foco no que é o importante das mensagens que vão aparecendo, canalizadas por diversas pessoas no mundo inteiro, que é o conteúdo das mensagens, não no seu mensageiro. Pois facilmente se confundem ambos, e corre-se o risco de aceitar-se como verdade tudo o que se lê e, infelizmente, há quem se aproveite desta realidade, gerando confusão na evolução. Também acho que não é bom limitar o conhecimento de um Ser de Luz como Saint Germain a apenas um canal, como alguns defendem, pois estes seres podem comunicar com quem estiver pronto para isso, e não exclusivos de apenas uma pessoa canalizadora.

Por isso, a minha lembrança é a de que, no que se refere a Saint Germain, ou a qualquer outro mestre ou canal de informação avançado, foque-se no entendimento da mensagem transmitida e perceba se o significado é positivo e faz sentido para si, se reverbera dentro do seu coração, de forma a ajudá-lo a superar-se e a evoluir, enquanto Ser Humano.

Se assim for, então existe para si uma Verdade nessa mensagem e deve aproveitá-la. Caso contrário, descarte e continue as suas pesquisas.

Um bem-haja e que a Chama Violeta o ajude na sua cura e no reencontro com a sua Chama Trina.

Texto de autoria de Hugo Neves

Bibliografia

Notas finais

Se ainda quiser saber um pouco mais, deixo aqui uma sugestão de um vídeo bem conseguido sobre Saint-Germain (em inglês):